A menos de uma semana desde que o novo CEO interino assumiu o cargo do antigo CEO da Mozilla, Mitchell Baker, surgiram notícias de que a Mozilla está mudando sua estratégia de produtos para o futuro.
A organização planeja se concentrar em trazer “IA confiável para o Firefox” e reduzir alguns de seus outros produtos e serviços.
Os produtos afetados incluem Mozilla VPN, Firefox Relay e Online Footprint Scrubber. A organização também reduzirá os investimentos em sua instância do Mastadon. Esses produtos não vão desaparecer. A Mozilla também encerrará alguns de seus produtos. O primeiro produto a receber o machado é o Hub, um mundo virtual 3D que a Mozilla lançou há vários anos.
A Mozilla explica em um memorando interno que está reduzindo os investimentos em “segmentos de mercado que os concorrentes lotam e onde é difícil oferecer uma oferta diferenciada”. O nicho de VPN, por exemplo, é muito competitivo. Centenas de empresas disputam a fatia de mercado e existem várias boas opções para usuários preocupados com a privacidade, incluindo o Mullvad, no qual o Mozilla VPN é baseado.
Cerca de 60 funcionários do “People Team” foram demitidos como consequência da reestruturação.
A Mozilla planeja continuar investindo em produtos e serviços, mas apenas “em produtos que atendam às necessidades dos clientes em segmentos de mercado em crescimento”.
O foco da organização será no Firefox daqui para frente. Mais precisamente, em trazer “IA confiável para o Firefox”. Para isso, a Mozilla está “unindo o Pocket, o Conteúdo e as equipes de IA/ML que apoiam o conteúdo com a Organização Firefox”.
Dependência de acordos com mecanismos de busca
Por grande parte de sua história, a Mozilla dependeu de acordos com mecanismos de busca para financiamento. Empresas como o Google pagam milhões à Mozilla para que seus mecanismos de busca sejam a ferramenta de busca padrão no navegador.
Essa dependência, no caso do Google com um concorrente direto, precisava ser reduzida. A ideia nasceu para criar produtos de segurança e privacidade autônomos. Alguns deles foram lançados gratuitamente, outros como produtos baseados em assinatura.
A Mozilla conseguiu reduzir sua dependência de acordos com mecanismos de busca nos últimos dois anos. A organização faturou cerca de US$ 600 milhões em 2022, o último ano de relatório publicado. Cerca de US$ 510 milhões vieram de royalties, que são acordos com mecanismos de busca. Embora a receita de royalties esteja caindo, ainda é a principal fonte de receita da Mozilla.
A receita de assinatura e publicidade deu um salto de US$ 56 milhões em 2021 para US$ 75 milhões em 2022. Mesmo com investimentos contínuos, levaria décadas para que esse segmento superasse os royalties como o principal impulsionador de receita.
O foco no Firefox é algo que muitos usuários do Firefox queriam ouvir há muito tempo. Embora a Mozilla nunca tenha abandonado o navegador, parecia que ela estava colocando muito de seu foco em outros produtos e serviços.